Afinal, quanto ganho com a Conectividade Rural? Estudo econômico por 1.000 hectares de soja
- zozidesign

- 19 de set.
- 3 min de leitura

A conectividade no campo gera economias diretas em diversas áreas, resultando em maior eficiência operacional e redução de custos agrícolas. Conheça os principais pontos de economia direta:
Uso otimizado de insumos: A agricultura de precisão, viabilizada por sensores e dispositivos conectados, permite o uso exato de fertilizantes, pesticidas e água. Estudos mostram que isso pode reduzir os custos desses insumos entre 20% e 30%, além de minimizar impactos ambientais.
Redução no consumo de combustível: Equipamentos conectados, como tratores com GPS e drones, otimizam rotas e operações, diminuindo em até 15% o consumo de diesel.
Automação e monitoramento remoto: Com o uso de sistemas conectados, tarefas como irrigação e controle de pragas podem ser feitas automaticamente, reduzindo a dependência de mão de obra humana e seus custos associados.
Menor desperdício e perdas pós-colheita: A conectividade melhora o monitoramento da cadeia de armazenamento e transporte, reduzindo perdas que podem alcançar até 10% da produção em condições inadequadas.
Ganho em eficiência energética: Sistemas conectados de monitoramento remoto ajudam a identificar e corrigir rapidamente problemas em equipamentos e estruturas, diminuindo o consumo desnecessário de energia e aumentando a vida útil dos equipamentos.
Já os ganhos indiretos na produção de soja com a adoção de conectividade estão relacionados a aspectos como gestão mais eficiente, acesso a mercados e mitigação de riscos. Com base nos estudos recentes, os principais benefícios indiretos são:
Aumento da produtividade: A conectividade permite o uso de ferramentas avançadas de agricultura de precisão (como drones, sensores e análises preditivas), que ajudam a identificar áreas de baixa produtividade e corrigir deficiências. Esse benefício pode resultar em ganhos médios de 10% a 20% na produtividade da soja, dependendo da região e das tecnologias utilizadas.
Melhor acesso a mercados: Produtores conectados podem acessar plataformas digitais para vender diretamente a compradores, eliminando intermediários. Isso pode aumentar os preços pagos ao produtor entre 5% e 15% devido à negociação direta e maior competitividade.
Redução de perdas pós-colheita: Monitoramento em tempo real durante o armazenamento e transporte (graças a sensores IoT e rastreamento por GPS) ajuda a reduzir perdas que, em casos tradicionais, podem chegar a 10% da produção. Com conectividade, essas perdas podem ser reduzidas para menos de 3%, aumentando a receita líquida.
Mitigação de riscos climáticos: A conectividade facilita o acesso a dados climáticos em tempo real e previsões detalhadas. Isso permite ajustes na irrigação, plantio e aplicação de insumos, reduzindo os impactos de condições adversas e evitando perdas que podem variar de 5% a 20% em safras afetadas por clima irregular.
Economia em logística: O uso de máquinas autônomas e monitoramento remoto diminui custos logísticos (transporte de insumos e produtos), além de otimizar o uso de combustível. Esse ganho é indireto, mas pode representar economia de até 10% no custo logístico total.
Baseado nos valores médios de custo por hectare da APROSOJA-MT (safra 2023/24) e nas reduções médias observadas em diversos estudos científicos de impacto da conectividade no agronegócio, chegamos finalmente ao cálculo:
1. Diesel
Custo por hectare: R$ 192.
Custo total (1.000 ha): R$ 192.000.
Economia com conectividade (20%): R$ 38.400.
2. Defensivos agrícolas
Custo por hectare: R$ 1.261.
Custo total (1.000 ha): R$ 1.261.000.
Economia com conectividade (20%): R$ 252.200.
3. Fertilizantes
Custo por hectare: R$ 1.433.
Custo total (1.000 ha): R$ 1.433.000.
Economia com conectividade (20%): R$ 286.600.
4. Sementes
Custo por hectare: R$ 606.
Custo total (1.000 ha): R$ 606.000.
Economia com conectividade (10%): R$ 60.600.
5. Mão de obra
Custo por hectare: R$ 146.
Custo total (1.000 ha): R$ 146.000.
Economia com conectividade (10%): R$ 14.600.
6. Energia elétrica
Custo médio: R$ 70/hectare por safra (considerando irrigação e secagem).
Custo total para 1.000 ha: R$ 70.000.
Economia com conectividade (15%): R$ 10.500.
Economia Total Estimada - DIRETA
Custo total sem conectividade: R$ 3.638.000.
Economia com conectividade (16% em média): R$ 662.900 por safra.
Economia Total Estimada - INDIRETA
Receita total da safra*: R$ 7.200.000.
Ganhos e economias com produtividade, logística, venda, etc: de R$ 150.000 a 300.000 por safra. Vamos adotar uma taxa média para efeito de cálculo: 3% = R$ 216.000
Os valores podem variar muito em função da conjuntura, processos operacionais, etc.
Resumo da economia por categoria/1000 ha:
Categoria | Insumo/Custo | Custo Total (R$) | Economia (%) | Economia (R$) |
DIRETOS | Diesel | 192.000 | 20% | 38.400 |
Defensivos | 1.261.000 | 20% | 252.200 | |
Mão de obra | 146.000 | 10% | 14.600 | |
Fertilizantes | 1.433.000 | 20% | 286.600 | |
Sementes | 606.000 | 10% | 60.600 | |
Energia Elétrica | 70.000 | 15% | 10.500 | |
Subtotal Diretos | 3.638.000 | 16% (média) | 662.900 | |
INDIRETOS | - | 7.200.000* | 3% | 216.000 |
Subtotal Indiretos | 7.200.000* | 3% | 216.000 | |
TOTAL | - | 7.200.000* | 12,20% | 878.900 |
*Valor estimado da Safra de 60 sacas/ha x R$120 - nov/2024



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